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1970-79


A Itália continuou como centro do design e líder do design radical na década de 70. Muitos de seus principais designers vinculavam-se ao mais importante movimento da década: o pós-modernismo.

Pós-moderno
O termo pode ser aplicado a muitos aspectos culturais e sociais de nossas vidas, mas tem particular importância no mundo da arte, arquitetura e design. É essencialmente uma rejeição a todo o legado do modernismo que os detratores atacavam como elitista ininteligível e sem apelo. O objetivo dos pós-modernos era popularizar o erudito e tornar o intelectual acessível. Inspiravam-se livremente na história, alterando a cor, textura ou material, muitas vezes numa paródia bem-humorada da fonte original. Embora muitos dos protagonistas mais importantes do pos-modernismo sejam italianos, trata-se de um movimento internacional.
Entre seus líderes está Ettore Sottsass, cujo trabalho é exemplificado pelo balcão Carlton; o arquiteto norte-americano Robert Venturi, autor do projeto da Chestnut Hill House, na Pensilvânia, clássica construção pósmoderna, e Michele de Lucchi. Os pós-modernos rejeitavam os objetivos utópicos dos modernistas e sua busca por uma estética universal e, em vez disso, procuravam criar uma linguagem visual feita através de signos, metáforas visuais, referências ao passado e ao trabalho outros designers. Conseqüentemente, os pós-modernos tem sido acusados de dar continuidade ao elitismo que desprezam ao assumirem a interpretação das referências feitas em seu trabalho e ao privilegiarem "piadas internas". Outra crítica dirigida ao pósmodernismo é a de que ele tem sido manipulado pelas forças comerciais e não tem produzido muito mais do que uma mistura incoerente de estilos.
Na década de 70, os fabricantes exigiam uma produção limitada, além do que todos os tipos de produtos deviam ser confeccionados para atender às demandas de um mercado reduzido. Isso levou a um afastamento da ênfase na produção em massa rumo ao atendimento das necessidades individuais.

Carros esporte
Outro setor importante de influência do design italiano na década de 70 foram os carros esporte. A década viu o nascimento do super carro com que os fabricantes italianos Lamborghini, Ferrari e Lancia competiam com os similares da Porsche, Triumph e Jaguar na produção do carro mais elegante, baixo, rápido e potente do mundo. Carros como o Lamborghini Countach passavam de 0 a 96km/h em 5,1 segundos e alcançavam a velocidade máxima de 301 km/h. No entanto, a escalada dos preços do petróleo, em decorrência da crise de 1973, tornou os carros a gasolina menos populares, fazendo com que os fabricantes começassem a procurar combustíveis mais econômicos.
Na década de 70, o Japão passa a liderar o design de automóveis e, sobretudo, de motocicletas, graças aos esforços da Yamaha, Honda, Suzuki e Kawasaki. Os japoneses também lideravam nas inovações tecnológicas, sendo que muitas de suas empresas, como a Nikon, Olympus, Sony e Sharp, expandiam suas vendas. Seus produtos apresentavam um típico visual high-tech. No design gráfico, na moda e no mobiliário, os jovens japoneses também passaram a desempenhar um papel internacional cada vez mais importante. Estavam entre os pioneiros a reconhecer e a explorar o valor da informática no processo do design.

O microship
A teoria por trás do microship, uma das mais importantes invenções do século, foi originalmente concebida por um norte-americano, Jack Kirby, da Texas Instruments. Com seu desenvolvimento, os componentes eletrônicos tornavam-se cada vez mais diminutos. Por volta de 1970, por exemplo, milhares de componentes foram gravados em um único chip de silicone de apenas 5 mm². Sem essa invenção, o computador pessoal ocuparia uma sala toda e a calculadora de bolso chegaria ao tamanho de um carro. A tecnologia do microchip agora é comum nas casas e nos locais de trabalho: em telefones, máquinas de lavar, videocassetes e carros.
Na indústria, seu uso fez com que as tarefas monótonas do trabalhador na linha de produção fossem aos poucos assumidas por robôs. Um exemplo clássico da aplicação da tecnologia de microship é o wallkman estéreo da Sony lançado em 1979. No início, pensou-se que, como não podia gravar, o produto não seria bem-sucedido; no entanto, o sucesso foi instantâneo, provocando o surgimento de várias imitações.